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UM PONTO DE VISTA SOBRE O FUTURO DO AGRONEGÓCIO NA PARAÍBA


 

 

 

A literatura econômica nos apresenta desde o século XVIII as ideias do célebre economista britânico DAVID RICARDO (1772-1823), idealizador da chamada de Lei das Vantagens Comparativas, que passou a ser a base para justificar o livre comércio entre os países. As vantagens de país em relação a outro poderão se relacionar com clima, solo e demais recursos naturais, bem como pela disponibilidade de capital, qualificação de mão-de-obra etc.

Pensando no nosso Brasil em relação ao resto do mundo parece ficar fácil compreender os motivos pelos quais o nosso País está cada vez mais forte no agronegócio. Temos solos, clima e adquirimos competência e tecnologia que nos coloca em posições de destaque no cenário mundial.
Produzimos metade da soja mundial. Somos também muito fortes na produção de açúcar, milho, algodão, café e suco de laranja, além de muito competitivos na produção de celulose e de carnes de boi, de franco e de suíno.


Os índices de produtividade no campo estão em patamares altíssimos e vem crescendo a cada dia, inclusive durante o período da Pandemia. As exportações nos últimos 12 meses foram da ordem de US$ 100 bilhões o que corresponde ao câmbio atual em R$ 530 bilhões de reais. Outro número muito significativo é a Receita do Agronegócio que nos últimos 12 meses atingiram o montante de R$ 720 bilhões de reais.

Outro dado muito interessante e importante que deve ser destacado é que 50% (a metade) de toda essa produção, exportação e faturamento está sob a responsabilidade de COOPERATIVAS, o que significa dizer que os excelentes resultados da atividade beneficia uma enorme quantidade de famílias que são associadas de excelentes cooperativas, a exemplo da COAMO, COCAMAR, CASTROLANDA E FRÍSIA no estado do Paraná, além da COOXUPÉ em Minas Gerais, que tem cerca de 15.000 associados, 95% deles são pequenos produtores da agricultura familiar.


O que podemos aprender com esse grande sucesso do agronegócio brasileiro e implantar aqui na Paraíba:


1. Que devemos olhar inicialmente para o trabalho e para a qualidade de gestão e resultados das Cooperativas do ramo agropecuário que são importantes participantes do negócio. Elas estão em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo etc.
2. Que devemos olhar também para o trabalho que está desenvolvido na fruticultura no Vale de São Francisco com grande sucesso na produção de manga, uva, goiaba, maracujá etc., cujos resultados são excelentes, inclusive porque as frutas com o suprimento da irrigação e com o sol se tornam as mais doces do mundo e por isso tem mercado garantido tanto no Brasil quanto no Exterior.
3. Prestarbematençãoaoelevadopadrãodeprofissionalismoede gestão utilizados tanto na exploração agrícola como na pecuária, que precisam utilizar também a melhor tecnologia disponível a fim de se obter bons índices de produtividade e de resultados.


Por onde começar o trabalho:

1. Avaliando adequadamente as nossas potencialidades tanto no Vale do Mamanguape e região que tem muita água e por isso poderá ter fruticultura irrigada, como também no Semiárido, onde pode ser desenvolvida a pecuária de Caprinos e Ovinos com perspectivas de grandes resultados.
2. Organizar os pequenos produtores em Cooperativas de produção, de maneira que seja facilitada as possibilidades de contratação de assistência técnica, de aquisição ou locação de equipamentos, bem como a compra de insumos e a venda da produção.
3. Com a organização dos produtores em cooperativas também ficará mais fácil a regularização fundiária e a obtenção de crédito para o financiamento da produção.
4. Acreditar que a união faz a força e buscar se capacitar tanto na área da produção agrícola ou pecuária, como também para ser membros atuantes nas respectivas cooperativas.
5. Aproveitaragrandeoportunidademacroeconômicaatualdecorrente da baixa taxa de inflação e também dos níveis de taxa de juros para empréstimos e financiamentos e ter iniciativas de contratar assessorias especializadas para avaliação das possibilidades de elaborar projetos e captar recursos nas instituições financeiras especializadas para realizar os necessários investimentos e produzir com determinação e profissionalismo para que a nossa região também passe a fazer do agronegócio que também é uma grande oportunidade para geração de emprego e melhoria de renda, tanto para os trabalhadores quanto para os produtores rurais.

Pense nisso! A hora é agora!

(*) Economista e consultor de cooperativismo.
 


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Rafael Bernardino de Sousa



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